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domingo, 14 de março de 2010

POR QUE É IMPORTANTE QUE AS CRIANÇAS APRENDAM A CONVIVER COM A DIVERSIDADE?



Primeiramente, se considerarmos que as crianças são sujeitos pertencentes a um determinado grupo social, vivendo no tempo real e produtores de sua própria história, é preciso reconhecer que elas desde muito cedo, reproduzem e manifestam preconceitos existentes nas relações que vivenciam.


Sabemos que existe hoje um forte movimento formativo que tem visado à busca por mudanças das concepções de criança e infância presentes no contexto escolar. Por outro lado, evidencia-se cada vez mais a falta de preparo que os profissionais da educação têm demonstrado para lidar com os problemas relacionados aos preconceitos e desigualdades existentes por acreditar que as crianças são "puras e ingênuas", desprovidas de condições para discutir tais assuntos de tamanha complexidade.


A falta de medidas e de um planejamento mais efetivo tem dificultado ainda mais o processo de democratização das relações e consequentemente o acolhimento da diversidade cultural presentes nas relações humanas. É importante ressaltar que respeito é ensinado e aprendido, portanto se em termos de políticas públicas fosse oferecido aos nossos alunos uma educação de melhor qualidade, obedecendo às adaptações curriculares necessárias, na perspectiva da idealizada "escola para todos", certamente estaria se ensinando muito sobre aprender a respeitar e ser respeitado.


Atendimento de qualidade significa entre outros fatores, olhar para as singularidades , peculiaridades e história de cada um, sem perder de vista a construção da coletividade. Formar cidadãos éticos é responsabilidade da escola, na medida em que este espaço apresenta experiências de convívio diferentes das que existem em outros ambientes que a criança costuma frequentar. O trabalho desenvolvido referentes às questões relacionados a convívio social pode se dar de forma simples ou complexa, não necessariamente um conteúdo didático como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais quando menciona a transversalidade de diversos temas, mas principalmente no cuidado para que os conflitos e situações do cotidiano não passem despercebidos por nós educadores.


O pontapé inicial para o reconhecimento da importância deste trabalho é a conscientização de que existe uma necessidade real de ensinar, aprender e conviver, pois o desgaste das relações e a confusão sobre o que tem fundamentado nossos valores está se tornando cada vez mais caótico. É fundamental para quem trabalha na educação, acreditar que ainda há tempo de construir novos paradigmas.


Para nos darmos conta de já que fomos piores do que somos, vale lembrar que há mais ou menos cem anos atrás, a escravidão era considerada normal, bem como há duas décadas pessoas com deficiência eram confinadas em espaços fechados e banidas de convívio social.


O discurso já conhecemos bem... Mas, enquanto espécie, a humanidade ainda tem muito a aprimorar, principalmente o povo brasileiro que não se considera racista e preconceituoso , e ingenuamente acredita que o país é uma grande democracia.

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